terça-feira, 8 de julho de 2014

Cavalhadas aos olhos de turistas


Eu adoro tradições, bem como as ilhas dos Açores. Como uma turista que já cá esteve várias vezes, estava a visitar Ribeira Grande/Ribeira Seca, para ver as Cavalhadas, a 29 de Junho.

Inicialmente estava feliz por ver tantos cavalos embelezados e pessoas contentes à espera do início do cortejo. Mas então reparei que alguns dos cavalos estavam nervosos, o sino à volta do seu pescoço a fazer um barulho constante e, pior, que os cavaleiros não eram competentes a montar os seus cavalos. Talvez consigam montar um cavalo nas montanhas, na natureza, mas isto, nas Cavalhadas, é algo diferente.

Então viam-se cavalos nervosos, a avançar a medo, a virar-se freneticamente ou a encostarem-se contra as paredes das casas, sem se atreverem a avançar. Pude reparar que os cavaleiros estavam ansiosos e receosos. Já não era algo belo de se ver.

Por exemplo, houve um cavalo, montado por um jovem, que se enervou e perdeu o controlo. O jovem não sabia o que fazer para o acalmar, as pessoas começaram a gritar, o que não ajudou, e outro homem tentou agarrar as rédeas para acalmar o cavalo. Mas esse homem esqueceu-se que tinha uma criança nos seus ombros, o que foi perturbador de assistir.

Como é possível tentar domar um cavalo e, ao mesmo tempo, colocar uma criança em perigo?

Não fui a única pessoa a considerar que isto não é uma coisa boa. Não é bom para as pessoas nos cavalos, nem para os cavalos e, certamente, não o será para a tradição.


Myra ter Meulen
Países Baixos
(Tradução: Raquel Gamboa)


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