sábado, 22 de fevereiro de 2014
Por uma outra política de proteção animal (2)
Solidão, abandono e luto
Diariamente, deparamo-nos com muitas situações cruéis para com os animais domésticos, frequentemente encontrados em ruas, jardins e vias públicas, vítimas de maus tratos ou abandonados.
As instituições de acolhimento não conseguem dar resposta a todas as situações e os canis municipais encontram-se cada vez mais lotados pelo que muitos animais são abatidos sem julgamento ou segunda opção. Se alguma vez tivermos oportunidade de visitar um canil, podemos observar o olhar triste e magoado de muitos animais atrás de cada jaula.
Solidão e abandono são duas palavras fortes que vivem paralelas e cujo significado há muito que é esquecido, porque não faz parte do quotidiano de muitas pessoas que egocentricamente fecham os olhos e trancam o coração.
Quando os seus animais domésticos que outrora foram fofos e belos, começam a dar muito trabalho ou com a velhice a beleza há muito ficou esquecida algures no interior do baú, são considerados inúteis, empecilhos ou alguma coisa como imprestáveis. Então já não há lugar para os afectos.
A capacidade de amar e ter respeito pelo próximo, nomeadamente estes seus “amigos”, há muito que ficou esquecida ou talvez perdida bem no fundo da gaveta do armário.
Já acolhi muitos animais. A vida ensinou-me que ter amigos, quer pessoas quer animais, torna-nos mais ricos e é tão bom ter amigos. Mais uma vez não consigo ficar indiferente a tanta crueldade humana, por isso hoje estou de luto e em silêncio total. A todos os animais que diariamente são vítimas de maus tratos, abandono ou diariamente abatidos nos canis municipais.
Teresa Rodrigues.
Texto publicado originalmente na brochura “Por Uma Outra Política de Proteção Animal” aquando da iniciativa nacional “Cordão Humano pela Adoção e Esterilização dos Animais – Não ao Abate!”, a 24 de novembro de 2013.
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